O TREM DA VIDA - transcrição de palestra minha



SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber sobre Astrologia
Em 22 Capítulos/Volumes
Todos os direitos reservados - Janine Milward
http://seulivrodevida.blogspot.com
CAPÍTULOS 09, 10 E 11
Interações entre
Terra/Homem e Lua e Sol

Este Texto é extraído do Capítulo 10. 
Você pode copiar ou encaminhar, desde que sempre na íntegra
bem como apresentando sua autoria e seus créditos. 
Obrigada, Janine


O Trem da Vida
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

Retorno ao Passado Longínquo
Simultaneidade do Universo
O Trem da Vida
Locomotiva, Vagões, Motorneiro e Passageiro do Tempo
Final de Minha Fala e Início de Perguntas e Respostas
Visões Subjetiva e Objetiva


Este texto - sobre o conceito de O Trem da Vida -  é a transcrição de uma palestra da autora, Janine Milward, realizada em março de 1993, num belíssimo e amplo casarão incrustado no sopé de uma montanha coberta pela Mata Atlântica no bairro da Gávea, RJ, numa tarde quente e ensolarada de sábado.

Retorno ao Passado Longínquo
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

Não posso conceber o estudo de qualquer questão sem a referência do conhecimento astronômico primordial. Assim, estarei convidando você para uma meditação em imaginação ativa...

Nossa meditação será simples: sinta-se tranqüilo, feche seus olhos suavemente, descontraia todo o corpo, imagine que você está confortavelmente sentado em seu tapete voador e deixe que sua mente e coração dirijam seu corpo e seu espírito.... para tempos longínquos do passado da humanidade, quando os homens viviam em cavernas, protegendo –se uns aos outros das situações perigosas e ameaçadoras do mundo exterior; homens que ainda não conhecem o fogo, bastante primitivos realmente.

Você chegou na caverna? Fique por alguns segundos interagindo com essa cena, fazendo parte desse conjunto.... Agora você vai sair da caverna, porque é dia , o sol brilha lá fora e é preciso enfrentar o meio ambiente hostil que, no entanto, é também o seu meio ambiente de vivência cotidiana, sua fonte de alimentação e de luz.

Você e sua tribo passam o dia buscando raízes e plantas comestíveis – porque ainda não existe o fogo. O fogo faz falta, não é verdade? Volte para dentro da caverna e prepare-se para a noite. Frio, não? Muito frio e escuridão, é tudo o que você consegue perceber. Bem, pelo menos, dentro da caverna, junto aos outros de sua tribo, você se sente um pouco mais seguro e também quase certo de que os animais ferozes não virão atacá-lo e que o vento cortante não adentrará a caverna escura e úmida. No dia seguinte, o sol aparecerá novamente, a vida seguirá igual, e assim será durante muito, muito tempo...
...............

Muito tempo se passou.... e agora você se encontra ainda dentro de uma caverna, sim, porém existem alguns gravetos no chão com uma chama indecisa tremulando: o fogo! Deixe-se envolver por essa nova atmosfera que você faz parte: uma pequena luz ilumina os rostos das pessoas da tribo que se movem, se movimentam com maior facilidade, ouvem-se mais vozes, uns cuidam do fogo, outros olham para ele, outros procuram uma forma de dar mais sabor às raízes colhidas ou mesmo aos pequenos animais caçados colocando-os por entre as brasas quentes...

Você agora se sente melhor, não é mesmo? Também uma fogueira pode estar ardendo do lado de fora da caverna para bem melhor espantar os animais ferozes e o frio.... Também você pode ficar por um bom tempos lá fora, olhando em redor, as sombras noturnas, a mata falante, as luzes piscantes, lá no alto, lá no céu.... a lua, acolhedora e iluminada, deixando sua luz espraiar pela campina.

Penso que seja possível se intuir uma certa sincronicidade entre o tempo da descoberta do fogo e o tempo que marca o início da compreensão da relação céu e terra, compreensão esta realizado pelo homem que se coloca no caminho do meio entre o céu e a terra: é o religare, o ligar o céu à Terra e a Terra ao céu, os primórdios da religiosidade e da compreensão científica e espiritual do universo: ciência física e ciência metafísica abraçadas, enlaçadas, para sempre.

O fogo trouxe ao homem a possibilidade da criação e isso o fez sentir-se semelhante ao sol, ao criador, ao doador de luz. Também o homem, ao trazer o fogo para dentro de sua noite interior, para a caverna onde vivia, na verdade estava trazendo o sol, a luz, para iluminar sua escuridão interna. A noite interior, com sua lua, pode ser entendida como o inconsciente e o dia exterior, com o sol, como o consciente. Da noite do inconsciente, o homem saiu para o dia do consciente. E pôde, fundamentalmente, lidar com estas duas circunstâncias por si mesmo, sem precisar necessariamente ser regido pelo dia e pela noite - de dia fora da caverna e de noite, dentro da caverna para viver seu longo dia de vida a cada dia, a cada noite.....

A noite interior, com a lua e as estrelas, pôde então ser observada exteriormente porque agora existe a fogueira que traz o calor e afasta os animais indesejáveis. O homem pôde sair de sua caverna à noite.

Existe, então, uma inversão de valores: a caverna, que significa a noite interior, o inconsciente, recebe a tocha do fogo – o sol, a luz do fogo. E a noite real fora da caverna - noite com seu manto de estrelas e lua -, recebe a fogueira do sol, do consciente, da compreensão, do saber, dos curiosos olhos dos homens de outrora.

A interligação entre o inconsciente e o consciente começa verdadeiramente a partir da descoberta do fogo.

Agora, em sua meditação, você pode perceber esse sentimento do homem vivendo sem o fogo e do homem vivendo com o fogo. Deixe-se levar por esses sentimentos tão ambíguos, tão dicotômicos, tão avassaladores.... quem sabe agora você poderá se encontrar com Prometeu.

Você se lembra de Prometeu, não é verdade? Ele é o herói mítico que roubou o fogo dos deuses e presenteou-o aos homens e que, por isso foi punido, acorrentado a uma pedra, tendo seu fígado devorado por um abutre durante o dia e recuperado durante a noite, num processo sem fim, interminável, até que finalmente foi libertado por Hércules que havia negociado com Júpiter a troca da imortalidade de Prometeu com Quíron, o centauro mestre e sábio, porém terrivelmente dolorido em sua ferida no tornozelo. Quíron foi então levado para as estrelas, lá formando a constelação do Sagitário ou quem sabe, a constelação do Centauro que rodeia nosso Cruzeiro do Sul... e Prometeu, liberado de sua punição, tornou-se imortal - imortalizado pela raça humana que, por seu presente do fogo, tornou-se poderosa.

O fogo, que apenas pertencia aos deuses como triunfo e glória de seu poder e sabedoria, foi, através de Prometeu, definitivamente passado aos homens, que o adotaram também como símbolo de poder, sabedoria e sobrevivência e mais ainda, de independência da subjugação aos deuses, levando-os a assumirem sua busca para se tornarem heróis. Foi o início da jornada dos heróis. O herói é aquele que procura seu lugar de semideus dentro de sua jornada de encarnação, sua Samsara, sua Roda da Vida. Seu lugar de semideus é seu lugar de Homem que adquiriu sua consciência, que vivencia sua mente, que expande seu universo a partir de sua busca de compreensão desse mesmo universo. O homem é aquele que procura – e encontra – a expansão de sua consciência. O Homem é aquele que vivencia sua vida na busca da expansão infinita e ilimitada de sua consciência e nela habita.
...........

Voltando aos tempos da caverna, agora estamos do lado de fora da caverna, olhando para o céu. É noite, podemos ver a lua crescente com seu brilho, sua luz se espraiando pela terra, seu allbedo. Uma luz suave e terna, porém quase tão poderosa quanto a luz do sol, iluminando radiantemente os campos e florestas quando é tempo de lua cheia!

É interessante a gente notar que os discos, em diâmetro aparente, do sol e da lua são quase do mesmo tamanho! E mais interessante ainda, é podermos perceber que existem dias, sem mais nem porquê, que de repente, não mais do que de repente, o sol vai sumindo, sumindo até sumir por completo, sendo encoberto pelo disco da lua! O eclipse total do sol sempre foi um momento de surpresa bem como de temor.... será que a lua, ou o dragão ameaçador, engoliu o sol?

Voltando á noite do lado de fora da caverna, podemos também ver os pontinhos de luzes piscando – ou não - no céu: tudo ainda parecem ser estrelas.... mas certamente dentre essas luzezinhas insistentes e sorridentes, uns poucos são os planetas visíveis...

A cada noite que passa, a lua vai galgando por mais um bom pedaço de céu, e também vai inchando, inchando, assim como uma mulher grávida incha. E a cada noite ela vai iluminando mais e mais, mais e mais, e subindo cada vez mais alto no céu (lua crescente), e aparecendo cada vez mais cedo, antes ainda do dia terminar, o sol se pondo, se escondendo de um lado e a lua já nascida, ou nascendo, do outro lado... até que um dia ela chega mesmo um pouquinho depois que o sol se pôs, como se quisesse fazer um equilíbrio bem balanceado com ele: é a lua cheia! No dia, ou noite de lua cheia, a alegria na tribo é grande, é possível se ficar fora da caverna durante a noite inteira e quem sabe, até se aventurar pelas matas, em busca de caça ou entrar nas águas do rio para pescar os peixes indolentes e sonolentos na madrugada...

No entanto, as noites vão passando atrás dos dias, e a cada noite, ela, a lua, chega cada vez mais tarde, cada vez mais tarde, tão tarde que nem dá mesmo para esperar por ela..... até que podemos vê-la já durante a manhã, já antes ou mesmo depois que o sol já despontou, caída, resvalando para o lado onde o sol se esconde todos os dias... Noite após noite, ela chega mais tarde, um dia bem no alto do céu e murchando, como uma metade apenas (a lua minguante) até que chega a noite que a lua aparece um pouquinho antes do sol nascer, um pouquinho antes mesmo, como um fino anel, já anunciando que irá se encontrar com o astro-rei em breve, amanhã ou no máximo, depois de amanhã, abrindo o novo tempo iniciado pela lua nova A lua nova é o casamento do sol com a lua...

Um ou dois dias depois que a lua desaparece por inteiro do céu, eis que surge novamente, como um fino anel, acompanhando o sol em sua caída no horizonte oeste, após o poente, no início da noite...

(Dizem que os homens antigos, ao se depararem com essa lua fina como um anel logo após o pôr do sol, molhavam seus dedos com o saudável cuspe de suas bocas pedintes, e abriam suas mãos com os dedos voltados em direção à lua nova, fazendo seus pedidos para durante aquele novo ciclo que teve seu início).

Então nos apercebemos que foram cerca de sete dias de sol para cada fase da lua. É o mês lunar. É o ciclo da lua... Assim como a mulher que engravida incha, tem seu filho e desincha e se prepara novamente para receber a semente de seu filho-a-vir.
..........

Deixemos a noite, e passemos ao dia, observando o passeio do sol pelos céus.... o sol nasce de um lado, anda alto pelo céu e se esconde do outro lado, e quando se esconde, entram as sombras alongadas, as nuvens avermelhadas e amareladas, a escuridão da noite que chega com seu manto de estrelas. Mas no outro dia, novamente o sol nasce daquele mesmo lado que nasceu ontem.... e o tempo da lua, das quatro luas, dos vinte e oito dias de sol – o mês lunar -, vai passando; entra dia, entra noite, entra dia, entra noite..... Entra tempo mais quente, entra tempo mais frio.... parece que nem sempre o sol aparece exatamente no lugar em que apareceu há quatro luas atrás, ou um mês lunar atrás..... A verdade é que, ao longo do tempo de mais calor ou de mais frio, o sol nasce e se põe em lugares diferentes, como se estivesse fazendo uma viagem entre mais para aquele lado até chegar o lado de lá, no tempo diferente a este que estamos.....

Esse é o trajeto aparente do sol através das constelações que se encontram em seu passo na Eclíptica, ou seja, o trajeto do sol durante o limite máximo do verão e do inverno, o ponto mais ao sudoeste e noroeste e nordeste e sudeste, para o ponte e para o nascer do sol.

Se bem lembrarmos, também o trajeto da lua vai realizando como se uma dança através dos céus.... e certamente bem mais rapidamente, ela vai avizinhando o trajeto do sol, a eclíptica, ao passear pelas constelações do Zodíaco....

Esse balé do sol e da lua, na realidade, nos traz os primórdios da inter-relação do homem com a terra e o céu. Essa inter-relação é tão intensa que faz brotar do inconsciente o desejo de nomear esse bailado de alguma forma, de objetivá-lo de alguma maneira.....

Os sábios chineses da antigüidade passaram o trajeto do sol para a terra nomeando-o de Rio do Sol, de Rio Amarelo e estruturando toda sua compreensão do universo apoiada no Mapa do Rio Amarelo, trazendo à tona os arquétipos primordiais e fundamentais do pai e da mãe, do sol e da lua, respectivamente, criados através do desejo de manifestação objetiva do céu e da terra, respectivamente.  

Também os outros povos antigos se apoiaram na relação sol lua para extraírem de seus inconscientes pessoais os símbolos arquetípicos do pai e da mãe, formando, dessa maneira, as bases do inconsciente coletivo da humanidade.
..........

Ainda estamos na caverna, ou melhor, do lado de fora dela e é noite. Hoje, é noite sem lua, noite de lua nova, lua desaparecida deixando-nos entrever um céu estrelado que nos maravilha, nos embevece, nos emudece.....

Novamente, noite após noite, estamos atentos ao céu noturno.... e começamos a notar que sempre aquelas luzes piscantes parecem correr pelos céus realizando uma parada, um desenho... as vezes, o desenho se parece tanto com aquele bicho que anda pelo chão vagarosamente e que não é nada agradável levar uma ferroada dele! O escorpião!

Olhamos para o escorpião no chão e olhamos para aquele grupo de estrelas no céu.... não se parece mesmo com o escorpião? Por que não chamar aquele grupo de estrelas de Escorpião?

Nem sempre o escorpião está nos céus. E mesmo quando está nos céus, vai andando, andando, andando, noite adentro, como se mesmo fosse um escorpião dos céus, até que desaparece em sua toca e por lá fica um tempo.... assim como o escorpião da terra!.

Continuamos olhando para o escorpião dos céus e de repente, nele vemos adentrando um ponto de luz que antes não estava ali.... esse ponto de luz vai entrando, entrando, andando, andando, andando.... tem um momento que parece parar e até pára mesmo, até que então começa a andar para trás, voltando pelos lugares por onde passou até que novamente pára e desanda a andar para a frente novamente, marchando constelação acima..... e continuando seu andar em direção aos outros desenhos de luzes piscantes.....

A verdade é que nos apercebemos que essas luzes errantes estão sempre se movimentando, sempre se movimentando, algumas mais rapidamente e outras menos rapidamente, mas sempre se movimentando.... Não são muitas, às vezes somente uma aparece quando a noite cai, as vezes duas, três, até quatro, muito de vez em quando.... pensando bem essas luzes errantes são um tanto diferentes das outras tantas luzezinhas que piscam e piscam e que formam desenhos e grupos entre si e que caminham sempre juntas, em conjunto, céu acima, céu abaixo, aparecendo grande parte do ano, sumindo outra grande parte do ano, reaparecendo de manhãzinha, antes do nascer do sol, sempre andando um pouquinho mais em frente, rumo oeste, um dedinho mais, a cada noite, depois que o sol se escondeu....

Voltando às luzes errantes, elas, na verdade, não pertencem mesmo ao desenhos ou grupos das luzezinhas piscantes! Elas são independentes, solitárias, e não piscam! Não piscam! São os planetas.... Se olharmos bem, até poderemos perceber que esses pontos de luz que não piscam e que andam, como aventureiros errantes pelos céus afora, também estão bem mais próximo a nós do que todas as outras luzezinhas piscantes formando desenhos e se movimentando em conjunto harmonioso e silencioso contra o pano de fundo da escuridão do céu....
........

Quanto tempo se passou desde que começamos a prestar atenção nas luzes piscantes e não piscantes do céu.... ou mesmo, antes, bem antes, ainda, quando começamos a prestar atenção na lua e no sol, seus trajetos, idas e vindas, ocultações, sombras e luzes?

Certamente muito, muito tempo se passou, homens e mulheres da tribo nasceram, viveram e morreram e foram deixando suas histórias sendo contadas pelos mais velhos, passando de pai para filho, para neto, de ano para ano, de década para década, de século para século, de milênio para milênio... Apenas sabemos todos que "quem conta um conto aumenta sempre um ponto"... então, a cada vez que uma história era recontada, algo mais lhe era acrescentado, alguém da tribo havia percebido mais alguma coisa nova, um pequeno ítem a ser somado..... Foi se criando uma expansão, um alargamento por assim dizer, do inconsciente pessoal e consequentemente, do inconsciente coletivo e, certamente, do consciente.

A religiosidade - o religare o homem entre a terra e o céu – foi se tornando cada vez mais concreta, mais sábia, mais ampla, criando moldes de vida, as leis da terra e do céu. Também a religiosidade foi se concretizando nas paredes das cavernas através dos dedos lambuzados de sangue dos animais abatidos para saciar a fome da tribo ou para a proteção da mesma. Esses desenhos, aparentemente, ainda não eram documentos históricos da sociedade da época e sim eram imagens de religiosidade implorando ao pai-sol e à mãe-lua, ao pai-céu ou à mãe-terra, que sempre lhe trouxessem a comida da sobrevivência e a proteção da vida daquela tribo, daquela sociedade em seus primórdios....

Dessa forma, não apenas a mãe-terra ou mãe-lua, ou o pai-céu ou pai-sol penetravam no inconsciente dos homens criando os arquétipos divinos do homem e da mulher, como também as outras forças da natureza eram observadas e divinizadas e arquetipalizadas e simbolizadas através do desenvolvimento da religiosidade dos homens de outrora.

Essa religiosidade primitiva se estrutura tão somente no anseio interior de que o homem possa sobreviver por mais um dia, por mais uma noite, por mais um tempo e a conseqüente súplica – já ao seu ser superior interiorizado – para que isso seja, por favor, providenciado e carregado até o Tao pelas forças da natureza..... Surgem os deuses e semideuses, as divindades..... E, quem sabe por serem o sol e a lua, e também as estrelas, tão permanentes, tão sempre iguais e perseverantes em seu rumo e sua aparição no cenário da vida – ou talvez por serem tão distantes de nós, humanos, e tão, aparentemente, sem os problemas e vicissitudes de nós humanos... tudo isso faz com que a religiosidade suba para os céus e lá habite – desde sempre e para sempre.

Assim, os luminares – o Sol e a Lua -, os pontos de luzes errantes – os Planetas – e os desenhos de luzezinhas piscantes - as estrelas em suas constelações – vão sendo nomeados a partir, primeiramente, da similaridade que formam com as coisas da terra.... e ao mesmo tempo, vão também sendo nomeados com os mitos, os símbolos, os arquétipos, as lendas, as histórias de religiosidade que vão surgindo do inconsciente e passados para o consciente com o encaminhamento do homem em sua própria história cultural e social.....
...........

            Respire fundo, bem fundo, inspire o ar ainda impregnado por essa visão mágica dos primórdios da astronomia....

Vagarosamente, vá retornando ao lugar em que você se encontra nesse momento..., vá abrindo sua escuta para os barulhinhos que o rodeiam, vá abrindo seu coração para saudar o tempo e o espaço de aqui-e-agora, vá abrindo seus olhos para o mundo de hoje.... porém deixando para sempre em seu coração gravados algumas das cenas e bastante do conhecimento que compartilhamos nessa nossa meditação em imaginação ativa.



Simultaneidade do Universo
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

Sempre existem em nossas vidas tempos que definem algo que foi antes, que está sendo agora e que será depois. E existem aqueles tempos que podem ser definidos como realmente intermediários entre uma situação e outra situação, um tempo-ponte, in-between. Quando viajamos de um ponto a outro porém com paradas ou escalas, temos a clara noção do que significam esses intervalos. Também no teatro, na ópera, no balé e em tantas outras situações acontecem claramente o antes, o durante e o depois - incluído(s ) o(s) intervalo(s).

Este sentimento que tudo começa sempre no passado e que, às vezes, tem que ser interrompido para que o segundo movimento aconteça, ou para que recuperemos nosso fôlego, ou até para que possamos fazer uma profunda regeneração, é o que me levou a desenvolver a idéia do Trem da Vida, primeiramente na Astrologia.

Dentro do Mapa Astral, é possível definir situações que são representativas dos arquétipos do passado da alma, do presente e das potencialidades do futuro, acrescidas, é claro, ao desenvolvimento de nossa alma, da amplitude e expansão de nossa consciência e do nosso livre-arbítrio.

O universo, então, pode ser considerado como uma eterna viagem em sua composição de energia intrínseca. Eu entendo o Big-Bang - seja como uma explosão do universo a vir-a-ser, seja como uma explosão de uma estrela que teria se contraído em sua própria energia - como a grande mutação, o grande propulsor da continuidade de criação de novas vidas, estrelas, planetas, seres, consciência, através da dispersão e posterior aglutinação das partículas de energia primordial contidas na massa contraída, energizada e explodida. Somos pedaços dessa energia existente no universo que sustenta o próprio universo. Então, a partir dessa idéia, surge a eternidade e é preciso que se entenda eternidade como uma palavra que contenha em si o passado, o presente e o futuro e a renovação de tudo isso, em eterna eternidade. O mistério do Tao da Vida.

Eternidade também existe em tudo no universo, seja aquilo considerado passado, ou presente ou mesmo futuro.... como saber, por exemplo, do futuro, se ainda não o vivemos aqui na Terra....? No entanto, o futuro também me pertence hoje, encaixa-se perfeitamente dentro do meu presente porque outras estrelas foram se formando depois que nossa estrela, O Sol, se formou e junto com ele os planetas e nós, os seres que habitamos a Terra.... E com a formação das estrelas que vieram depois de nós, quem não nos garante que já existiram, existem e ainda existirão outros tantos planetas acolhendo vidas como nós a conhecemos ou como nós ainda não conhecemos?

O passado também me pertence hoje, encaixa-se perfeitamente dentro do meu presente porque tantas outras estrelas existiram no passado se formando antes que nossa estrela, O Sol, e quem sabe, dando vida aos outros planetas acolhendo vidas como nós a conhecemos ou como nós ainda não conhecemos? E tais estrelas, planetas e seres ainda podem ser vistos, ouvidos e sentidos por nós, através da jornada da luz através dos tempos...

Eu adoraria um dia olhar para os céus e ver uma estrela explodindo como Supernova, enchendo aquela parte do céu com sua nova e estupenda luz explodida, jogando no espaço interestelar e inter.- galáctico uma enorme porção de partículas que formarão novas estrelas, planetas, seres, vida. Olho especialmente para Antares, o Coração do Escorpião, e para Aldebarã, o Olho do Touro, ansiando por essa nova luz que venha me tocar, saída do mais profundo da escuridão do universo, de um tempo quase indefinido do passado e chegando até meus olhos nos dias de hoje! Olhar para o céu e ver nele sempre a luz que de lá saiu de vários pontos diferentes, em vários momentos diferentes do passado! E tudo ser apenas o hoje que vivo e que me conscientizo.

Tudo aquilo que existe no universo, se não ainda foi revelado ou descoberto ou admitido, um dia certamente o será. Não importa se o evento seja passado ou futuro, sempre ele caberá dentro do meu presente, do seu presente, do nosso presente. Tudo no universo já existe desde sempre. E se todo o universo está contido em nossa alma, nossa alma também já existe desde sempre - pedaço do universo em sua eternidade.

Se todo o universo está contido em nossa alma, o fato de pertencermos a uma galáxia, por exemplo, e mais acentuadamente o fato de pertencermos a um sistema solar com planetas, seres e vida, por exemplo, nos demonstra que centenas de milhares de milhões de bilhões de trilhões de infinitas e eternas almas são aglutinadas e passam a estruturar uma determinada galáxia, um determinado sistema solar, um sol, um planeta, um ser, uma vida, uma consciência.

E é somente através da ampliação dessa consciência que se pode perceber essa verdade sob o Tao. Dessa forma, quando a alma traz para o corpo físico o Espírito da vida do Tao do universo, pode existir, com a ampliação da consciência, uma fusão alquímica entre alma, espírito e corpo, a trindade perfeita sob o Tao, de tal maneira, que este ser pode se tornar um Corpo de Luz. Luz é matéria.

No universo, existe a matéria visível e a matéria não visível, porém tudo é matéria que vai se expandindo ou se contraindo, formando dessa maneira, aquilo que podemos nomear de Oito Interior, a mandala do Tao - a que contém de forma mais pura e simples todas as verdades do universo, o equilíbrio sutil e perfeito entre o Yang, a matéria iluminada e o Yin, a matéria não iluminada, porque tudo no universo é luz e não-luz, é iluminação e sombra.



O Trem da Vida
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward


O Trem da Vida é a história pessoal da nossa alma fazendo parte desse imenso universo, em seu tempo Yang e em seu tempo Yin.

Após a explosão do Big-Bang, toda a matéria e gases ejetados no espaço e tempo a vir-a-ser foi formando o universo assim como o conhecemos hoje, ontem e amanhã. E nós somos parte desse universo. Dessa maneira, eu e você já fomos um minúsculo pedacinho oriundo da energia compactada da explosão inicial - advinda de uma semente de um fruto amadurecido e caído do universo-mãe anterior - e certamente não apenas somos parte desse universo-mãe anterior como também somos parte desse universo-filho que se criou e que cortou seu cordão umbilical no momento do Big-Bang: o nascimento! Também eu e você já fomos outras estrelas no passado, pelo menos uma, que tenha tido seu início, seu amadurecimento, sua velhice e sua morte, em nova explosão.... - nosso Sol parece ser da segunda geração da árvore genealógica do nosso universo que possui - para nós - cerca de 14 bilhões de anos, sendo que nossa galáxia já existe cerca de seis a sete bilhões de anos... e tantas outras galáxias e tantos outros sóis foram se formando a partir da continuidade de vida do universo....

Assim, através do Trem da Vida, nossa alma vem aglutinando vivências e experiências e memórias e conhecimento e expansão da consciência através da história do próprio universo, estrelas, planetas, vidas, estações e mais estações aonde o Trem da Vida vai fazendo suas paradas, embarques, desembarques - a trajetória da alma no universo em sua evolução kármica e dhármica.

O Karma é o fato de fazermos parte do atar e do desatar do universo, em suas ações e reações em potencial, os Samskaras. E o Dharma é o fato de não apenas termos esse direito de fazer parte de tudo isso mas também o como vivenciamos e nos conscientizamos de nosso Trem da Vida de forma mais plena possível para que possamos, um dia, ao nos tornarmos um Corpo de Luz, galgarmos um degrau a mais dentro da hierarquia da Luz e da Não-Luz, matéria iluminada ou matéria não iluminada.

Nesse aspecto, a Terra é uma Estação de Trabalho e de Iluminação por ser um planeta de materialização perfeito e que acolhe as almas contendo os espíritos que estão em momento correto para essa Parada, Desembarque e posterior Embarque, dentro de seus Trens da Vida.

Se tudo no universo é Luz e energia, e se a luz e a energia são matérias, nossa alma, que é oriunda da Luz e da energia primordiais do universo, aqui, na Terra, encontra a compreensão perfeita e plena dessa fusão e dessa realização, ou seja, do Trabalho e da Iluminação. É não Estação Terra que a alma toma consciência que sua materialização, que se corpo físico deverá se tornar um Corpo de Luz, um corpo iluminado, um corpo diamantino.

Eu diria, na verdade, que a Estação Terra pode ser considerada como a Estação a meio Caminho do Céu, a proficiência, ou o potencial para, da alma cumprir com sua intenção primordial, tornar-se Luz e ampliar sua consciência para se fusionar com o Tao do Universo e dar vida a novos universos...


Locomotiva, Vagões, Motorneiro e Passageiro do Tempo
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

O momento exato de nosso nascimento é o instante em que a posição do céu em relação à latitude e longitude do planeta Terra nos fala, em seu código divino, de (quase) toda a trajetória da nossa alma através do universo de forma concentrada e condensada através dos arquétipos aos quais estamos expostos.

Não podemos apenas dizer que o mapa astral é uma fotografia do céu no momento do nascimento ou evento, fotografia esta que inclui, num primeiro momento, as doze constelações do zodíaco e seus posicionamentos projetados no planeta Terra, os signos e as Casas, a posição dos planetas do sol e da lua e alguns outros pontos e asteróides. A verdade é que podemos considerar que, quanto mais investigamos a relação Céu e Terra, homem como microcosmos diante do macrocosmos, entenderemos que TUDO faz sentido na leitura e interpretação dessa alma materializada - mesmo porque tudo aquilo que é cristalizado no momento do nascimento - o mapa astral - é a expressão do desejo da alma em relação a esse seu ponto de evolução. Dessa forma, tudo fala um pouco de nós porque somos a síntese desse tudo.

Somos, sem dúvida, tudo que comporta o todo que conhecemos.

Lembre-se da primeira parte de nossa palestra, quando você estava dentro da caverna, convivendo com os primeiros momentos do desenvolvimento da consciência, antes e depois da descoberta do fogo, quando tudo ainda era uma possibilidade de tudo o que haveria de ser a partir daquele momento. Com toda certeza, mesmo que não estivéssemos participando daquele momento ainda rudimentar, dentro de nós, restos daquele inconsciente coletivo acumulado teriam permanecido, e portanto, estivemos na caverna também.

Pensando bem, tudo o que existia no mundo daquela época, existe hoje também. Se hoje o homem constrói um telescópio espacial, esse telescópio, em sua involução, já foi terrestre, bem mais simples, até chegar a ser o telescópio usado por Galileu para libertar o homem de suas sete esferas e alguns poucos instrumentos anteriores, até ser um pedaço de madeira trabalhada e de vidro trabalhado, que antes foram uma árvore e areia do chão.

Quem sabe nós, em nossa vivência nas cavernas, quando usávamos uma árvore como referência para vermos o andamento do sol entre o nordeste e o sudeste ao amanhecer, não estávamos usando a mesma árvore que depois se tornou uma canoa, que se tornou uma mesa, que se tornou lenha, que se tornou comida, que se tornou dejeto, que se tornou húmus, que alimentou uma semente, que se tornou um caule, que se tornou uma árvore que se tornou a tataravó da árvore que se tornou a madeira que se tornou o telescópio usado por Galileu....????.....

O Trem da Vida quer dizer que somos sempre os mesmos em todas as situações universais em que vivemos - esse é o principal conceito de Dharma, nossa maneira essencial de ser -, em todas as Estações pelas quais passamos, em todos os sistemas solares que conhecemos. Essa lembrança de nós mesmos está registrada na memória da alma que carrega a evolução e ampliação da consciência vivente na mente.

O Trem da Vida é a memória da alma sobre si mesma, seus registros, suas lembranças, suas afinidades e não-afinidades. Quando a alma escolhe aquele determinado momento para a sua materialização nesse planeta - o mapa astral, seu Risco do Bordado - esse momento do código universal e divino revelado pelas estrelas e pelos planetas é, sem dúvida alguma, a história da alma condensada e concentrada naqueles arquétipos, revelando tudo o que a alma necessita para cumprir seus Karmas e Samskaras - ações e reações em potencial -  e seu Dharma - sua maneira natural e essencial de ser - durante sua passagem nesta Estação, nesse seu momento do aqui-e-agora.

E não podemos nos esquecer que um arquétipo contém em si mesmo uma infinidade de possibilidades de formas de manifestação. É como um leque contendo todas as gradações de cores, do branco ao preto, passando por todas as possibilidades das cores que conhecemos em nosso mundo de terceira dimensão e também aquelas que podemos intuir no mundo das quarta ou da quinta dimensões. O arquétipo simplesmente existe a partir da possibilidade da mente compreendê-lo e a partir disso, vivenciá-lo. É por isso, então, que um enorme número de pessoas pode nascer sob um mesmíssimo mapa astral e cada alma/mente vai vivenciar seu mapa e sua vida de maneira diferente sem, no entanto, estar fugindo ao mesmo arquétipo....

O Trem da Vida traz o número de vagões de locomotivas que a alma necessita piara cumprir sua evolução Kármica e Dharmica. E quando estamos em frente ao mapa astral composto pela alma fusionada à matéria, temos que entender que tudo o que realmente importa é o aqui-e-agora revelado por esse momento de nascimento. Tudo o que temos que trabalhar é com o instrumento do aqui-e-agora, porque primeiramente, os arquétipos revelados pelo código celeste cristalizado no mapa astral correspondem idealmente ao desejo da alma em sua materialização nesse planeta e nesse momento; e, em segundo lugar, sabemos que passado, presente e futuro estão sempre entrelaçados no aqui-e-agora.

Os Vagões
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

Acredito que os vagões do Trem da Vida possam ser entendidos como tudo o que a alma precisa como bagagem a ser usada nesta vida. A partir de então, vamos entrar no conceito de re-encarnação, segundo meu ponto de vista. Os vagões trazem as lembranças, vivências, afinidades, imagens e conhecimentos de um bom número de vidas passadas que deverão ser resgatas nessa encarnação de hoje através de seus Karmas e Samskaras - ações e reações em potencial - e através da forma mais natural e essencial de a pessoa ser - seu Dharma - e tudo isso é traduzido pelos arquétipos buscados pela alma durante sua vida de aqui-e-agora, dentro do tecimento do seu Risco do Bordado, de seu mapa astral natal. Tudo aquilo que entendemos por déjà vu e/ou que sentimos como algo que já habita nosso inconsciente são, na verdade, depósitos ou bagagens trazidos pelos Vagões do trem da nossa alma.

A alma - o Passageiro do Tempo - vai vivenciar, ao longo de sua passagem na Terra, seus Vagões, atualizando-os, ou seja, magnetizando para si ou emitindo energias - é um processo interior e exterior - daqueles arquétipos com os quais ela mais se identifica.

E certamente não podemos deixar de dizer que também os Vagões do Trem da Vida vão atuar intensamente ao longo de nossa existência de aqui-e-agora no sentido de ir acumulando as experiências vivenciadas em nossa encarnação de hoje!

Assim, não podemos apenas nos referenciar aos Vagões como nossas bagagens de vidas anteriores e sucessivas, não.  Certamente essas bagagens existem e são as formuladoras dos Arquétipos em seu Baile que encontramos em nosso Risco do Bordado, em nossa mapa astral natal!  Sempre a Alma, junto ao Tao da Criação, vai eleger seu momento mais adequado para seu nascimento, de acordo com o conjunto de histórias arquetípicas que o céu estará contando naquele exato momento.

O Tao da Criação escreve suas verdades através dos pontos iluminados do céu, contra o pano de fundo da grande escuridão do mesmo: é como se fosse um imenso quadro-negro contendo letrinhas - os Arquétipos - que são por nós apreendidos e absorvidos em significantes e em significados!

Ao longo de nossa encarnação de hoje, não somente vamos vivenciando tudo aquilo que nos veio acumulado do passado, nos Vagões de nosso Trem da Vida, como também vamos ali acumulando nossas vivências recentes, atuais e vindouras - já, dessa forma, tecendo nosso próximo Risco do Bordado, nosso próximo mapa astral, nossa próxima vida.

O Passageiro do Tempo
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

O mapa do Passageiro do Tempo, extraído do mapa natal, é perfeito para se penetrar no processo de identificação arquetípica da alma em relação aos seus Vagões.

O Passageiro vai agir de acordo com aquilo que o inspira o mapa dos Vagões que também é formado a partir do mapa natal. O Passageiro seria uma forma mais natural de nós agirmos nossa vida. Por exemplo, se minha alma precisa realizar o re-conhecimento da medicina, num primeiro momento de vida, o Passageiro vai se dedicar a buscar esse caminho e portanto estará vivenciando aqueles arquétipos que lembram a alma o exercício da medicina em alguma outra Estação ou vida que esta tenha vivenciado e que seja importante nesta vida de aqui-e-agora.

Não podemos esquecer que o nosso mapa natal, nossa carteira de identidade cósmica, é sempre o mesmo, durante toda nossa vida. E no entanto, a cada minuto de nossa vida (muito em função da continuidade do andamento do céu), vivenciamos nosso bailado de arquétipos de maneiras múltiplas e diferentes: nosso Risco do Bordado de vida original sempre receberá novas cores, novas técnicas, novas agulhas, novas linhas, novas compreensões e mutações..... porém o desenho permanece o mesmo.

Assim, dentro dos Vagões do Trem da Vida, a alma - Passageira do Tempo - buscará reconhecer e atualizar suas memórias acumuladas que sejam significativas para a sua vida de aqui-e-agora. Essas memórias serão trazidas à consciência a partir do nível de evolução da mente e fundamentalmente a partir disso, de seu livre-arbítrio.

É preciso nunca esquecermos que o mapa natal - a cristalização arquetípica do processo de evolução da alma no universo - é sempre expressão do desejo da alma, sendo assim, o destino, somos nós que o fazemos, que o construímos, é de nossa inteira responsabilidade. O imponderável se manifesta a partir da tecetura do bordado do destino de toas as outras almas e seres da natureza, de todo o conjunto do universo. Trama e urdimento

A alma, antes de sua materialização no planeta Terra, estuda e intui o momento exato cósmico de sua entrada neste cenário, de seu nascimento. A partir do nascimento, a alma, aliada ao corpo físico, a fusão do espírito com a matéria, é inteiramente responsável pelo uso e conscientização de suas bagagens e memórias contidas nos Vagões, de seu re-conhecimento, de sua atualização ....

E a alma tem como Karma principal a ser cumprido, a realização de sua função ideal planetária, dirigindo, com lucidez e sabedoria, o seu Trem, da Vida. Certamente, o Karma planetário também influirá enormemente nesse processo bem como o Karma familiar, o Karma de nosso país, o Karma racial e social e financeiro, nosso Karma pessoal, o Karma do próprio sistema solar em relação á fraternidade das estrelas..... Karma e Dharma são cumpridos e criados e re-criados todos os dias através de nossas ações e reações e da vivência a partir de nossa essência, nossa forma essencial de ser.

O importante é que entendamos que todo o nosso potencial do futuro já está contido em nosso passado e em nosso presente. A planta, a árvore já está contida em sua semente. Assim são os nossos Vagões. Ali estão registradas as passagens de nossa alma nas Estações do universo pelas quais passou e que lhe interessa trazer como bagagem para o exercício de seu Karma (ações e reações, Samskaras) e Dharma (sua forma essencial de ser) nesta vida.

Na semente está contida toda a história da árvore em seu passado e em seu presente e futuro. E a árvore deverá crescer, florir e frutificar e doar novas sementes para serem carregadas pelo vento, enterradas e novamente germinadas, em um processo de mutação eterna.

A Locomotiva
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

A Locomotiva deverá ser pensada como o mapa impulsionador de nossa vida neste Planeta. Afinal, não é a locomotiva a máquina que vem carregando atrais de si os vagões que não possuem impulso próprio?

Um trem se compõe de uma locomotiva e de pelo menos, um vagão, ou de vários vagões. No entanto, mesmo que o mapa dos vagões seja extraído do mapa natal assim como o da locomotiva, é importante a gente perceber que os vagões precisam do impulso da locomotiva porque senão, corre-se o risco de passar pela vida e tê-la vivido apenas como uma repetição das memórias da alma.... e não como um bom uso dessa memórias no sentido de dar um novo tom a elas, uma nova meta, um novo impulso. Então, o mapa da Locomotiva vai nos apresentar esse impulso.

A verdade é que o mapa da Locomotiva é sempre o inverso do mapa dos vagões...  É por isso que, em se tratando da Locomotiva, para que possamos realmente aborda-la, nela entrar e vivenciá-la plenamente, precisamos ampliar nossa consciência, nossa mente - é nosso tempo de Revirão de Vida, tempo esse que normalmente nos acontece mais enfaticamente quando da Oposição de Urano em trânsito ao Urano natal de nosso Risco do Bordado, entre nossos 38 e 44 anos de idade, ainda em nosso Segundo Ato de Vida, já apontando para nosso Terceiro Ato de Vida.  É nosso tempo de Proficiência, de maior maturidade.

É certo, porém, que ao longo de nossa vida sempre estaremos trafegando entre os Vagões e a Locomotiva!  No entanto, a consciência mais objetivada e transparente acerca de tomarmos posse do direcionamento de nossa vida e do cumprimento verdadeiro de nossas reais missões terrenos nos acontece quando nossa Locomotiva aparece como sinônimo de nossa ampliação de consciência.

Existem pessoas - Mozart, por exemplo - que tomam a consciência acerca de suas Locomotivas desde suas tenras idades e por isso mesmo, desde cedo, enveredam pelos caminhos de seus cumprimentos de missões de vida.

Assim, a Locomotiva significa, o presente e o futuro, mesclados aos Vagões que representam o presente e o passado.

Quando a alma consegue atingir a plenitude de suas consciência iluminada e infinita, consegue também a conscientização de sua função cósmica no Planeta, a realização de seu Dharma pessoal, sua essência primordial, é que ela, a alma, realiza o seu Trem da Vida como um todo, Vagões e Locomotivas atuando harmoniosamente em seu conjunto: o passado, presente e futuro aliados e fusionados para a escalada da iluminação e da realização do trabalho de encarnação.

A Locomotiva impulsiona a alma para suas novas direções a partir daquilo que já tenha sido fundamentado em seu vivenciamento dos vagões. Meu amanhã será sempre fundamentado no meu hoje e no meu ontem, retroagindo assim até o meu nascimento, e antes disso, ao ventre de minha mãe e antes ainda, nas sombras ou luzes de outras dimensões do ventre do universo, nas estadias planetárias de aprendizado ou nos períodos de in-betwen da alma, em outras dimensões, vivenciando os universos em sua plena simultaneidade de passado, presente e futuro.

Sinto que apenas um pequeno número de pessoas consegue atingir essa conscientização plena de seus caminhos de vida e a vivência consciente de suas Locomotivas. Existe uma tendência bastante grande da alma de se reconfortar e se ater aos Vagões já tão conhecidos, a aquilo que lhe é familiar, a toda estrutura objetiva ou subjetiva que lhe é conhecida.

Quando nos apegamos por demais aos nossos Vagões do Trem da Vida, deixamos de ter as rédeas de nossa própria vida. Ter as rédeas de nossa vida significa compreendermos nossa função, nossa missão de encarnação na Terra e de iluminação também aqui - pois não é a Terra um lugar absolutamente perfeito para haver a iluminação? Luz é matéria!

A verdade é que a vida se torna absolutamente transparente para o Caminhante quando este consegue realmente fusionar seus Vagões à Locomotiva do seu Trem da Vida, vivenciando seu Trem por inteiro!

O Motorneiro
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward


Quando a conscientização de quem somos nós e quais nossas missões de encarnação e de iluminação são compreendidas e assumidas, abrimo-nos para o mapa do Motorneiro do Trem da Vida. O Motorneiro é aquele que assume a direção do trem. O Motorneiro surge quando nossa alma é plenamente fusionada ao corpo físico, é como se fosse um segundo nascimento, um renascimento, uma iniciação espiritual, na verdade.

Também o mapa do Motorneiro, como todos os outros do Trem da Vida, é extraído a partir do mapa natal. No entanto, só o compreenderemos se estivermos adentrados em nossa Locomotiva. Quando vivenciamos nossa vida apenas a partir dos Vagões e do Passageiro do Tempo, tanto a Locomotiva quanto o Motorneiro do Trem da Vida são questões subjetivas somente.

Quando realmente entramos no Caminho para expandirmos nossa consciência e a tornar iluminada e infinita, a Locomotiva e o Motorneiro se apresentam a seguir, ou ainda antes, e durante.... A verdade é que todo o tempo em nossa vida podemos transitar entre Locomotiva e Vagões..... a questão é: quando tudo isto se torna conscientizado verdadeiramente?

Finalmente, o Trem da Vida deve existir como um todo, ou seja, Vagões e Locomotiva, Passageiro do Tempo e Motorneiro interagindo harmoniosamente.... um trem pressupõe locomotiva e vagões; vagões sem locomotiva ficam parados e locomotiva sem vagões para nada serve. Ou seja, o bom momento é sempre aquele em que nosso corpo físico bem cumpre o desejo da alma, não é mesmo? E isso somente acontece a partir da Yoga ou fusionamento pleno de ambos.

Posso apenas dizer que, ao término de nossa vida, nosso último suspiro sempre será de prazer e contentamento se tivermos vivenciado nosso Trem da Vida por inteiro, como um todo.

Quando a alma vem fabricar seu mapa natal, ela é apenas um Eu Sou. Seu mapa natal é a tradução daquilo que será seu Eu Farei. Sua vida de tramitação consciente entre vagões e locomotiva, agindo o Passageiro do Tempo e o Motorneiro, determinará seu Eu Faço... E seu último suspiro, seu último pensamento, seu último olhar para trás e ver sua própria história diante de si como num cinema divino, será a expressão de seu Eu Fiz....

Assim é o Trem da Vida.


Algumas Conclusões sobre o Trem da Vida
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

A meu ver, é impossível olharmos nosso mapa astral natal, nosso Risco do Bordado, sem nos estruturarmos sobre o Trem da Vida, ou seja, sobre os Nódulos Lunares Sul e Norte, sobre a Cauda e a Cabeça do Dragão, sobre os Vagões e a Locomotiva de nosso Trem da Vida, respectivamente.

A pergunta que se faz sempre é: de onde viemos, quem somos e para onde vamos?  Esse é o Trem da Vida onde os Vagões nos respondem de onde viemos; o mapa astral em si, nosso Risco do Bordado nos responde quem somos; e a Locomotiva nos responde para onde vamos.  E certamente tanto o Passageiro do Tempo, aliado aos Vagões, quanto o Motorneiro, aliado à Locomotiva, estarão atuando dentro de todos esses contextos.

Nosso mapa astral natal, nosso Risco do Bordado, expressa nosso hoje mas também certamente expressa nosso ontem e nosso amanhã.  Trocando em miúdos: expressa nossa encarnação atual, um bom conjunto de encarnações anteriores e o potencial das próximas encarnações!

Será a forma com a qual atuaremos nossa vida - através de nosso Dharma e dos resgates de Karmas e Samskaras -, que nos possibilitará bem vivenciarmos nossa encarnação hoje, estruturados em nosso passado, porém orientados para nosso futuro!

Dentro do Trem da Vida não tem espaço para a imutabilidade plena.  Aliás, não existe imutabilidade plena - com exceção ao Tao da Criação!  A única lei fundamental da Criação em si é que tudo sempre está em transmutação, dentro do Eterno Retorno.

Sendo assim, o Trem da Vida vem todo o tempo nos lembrar dessa verdade fundamental sobre a vida: somos hoje a síntese daquilo que viemos sendo no passado e o potencial daquilo que poderemos vir-a-ser, no futuro.

Sobre o passado, não existe  retorno e por isso mesmo nada mais poderá vir a ser mudado.  Porém, hoje, aqui-e-agora, sempre poderemos transmutar as energias, em todos os sentidos, de forma que possamos ir tecendo nosso futuro, em trama e urdimento, nossos próximos mapas astrais natais, nossos futuros Riscos do Bordado.

Para tanto, é preciso não se ficar atado apenas ao passado ou a tudo aquilo que dentro dessa nossa vida de hoje nos parece pertencer e ter sido acumulado em nossas bagagens de vida atual: tudo isso são nossos Vagões do Trem da Vida.  A Locomotiva, que pressupõe nossa orientação do aqui-e-agora orientado para o futuro, nos faz ampliar nossa consciência, para que esta possa vir a ser cada vez mais iluminada e infinita.

Srii Srii Anandamurti, o Mestre do Tantra, sempre nos diz:

A meta da vida humana é se fusionar a Paramapurusa (ao Tao da Criação, a Deus)




Final de minha Fala
e Início de Perguntas e Respostas
http://noduloslunares.blogspot.com

Janine Milward

Vocês gostariam de fazer algumas perguntas?

Pergunta: - Você diz que o Trem da Vida pode ser compreendido a partir do mapa natal. Como é isso?

- Tanto os mapas dos Vagões como da Locomotiva, do Passageiro do Tempo e do Motorneiro são extraídos do mapa natal porque, na realidade, temos que entender que o mapa natal é nossa carteira de identidade cósmica e tudo o que a alma quer dizer em sua passagem pelo Planeta que está nele registrado. Tudo pode ser compreendido em relação à trama e o urdimento do tecido que compõe o Risco do Bordado dessa alma fusionada a este corpo...

Em relação à construção desses mapas, é muito simples: sempre que falamos de passado, certamente seremos lembrados da existência do ponto chamado Nodo Sul, ou Nódulo Sul, ou Cauda do Dragão, não é mesmo? Pois bem, a partir do grau do Nodo Sul no Ascendente e realizando todo o mapa com os graus subseqüentes dando inícios às outras onze casas, teremos o mapa dos Vagões do Trem da Vida.

Ao inverso, o mapa da Locomotiva se dá com o Nodo Norte, ou Nódulo Norte, ou Cabeça do Dragão na linha do Ascendente e assim por diante.

Eu já disse a vocês que os mapas dos Vagões e da Locomotiva são inversos em si mesmos, não é verdade? Essa inversão se dá pelo fato de que tudo no universo em que vivemos se resume, após a unidade, na polaridade do Yin e do Yang, da Sombra e da Luz.

Sendo o mapa do Passageiro do Tempo relacionado ao dos Vagões, sua construção se dá tendo como agente da linha do Ascendente o planeta que rege a Cauda do Dragão, abrindo todo o resto do mapa a seguir.

Quanto ao mapa do Motorneiro, sendo ele relacionado à Locomotiva, sua construção se dá tendo como agente da linha do Ascendente o planeta que rege a Cabeça do Dragão, abrindo todo o resto do mapa a seguir.

É importante que eu diga que esta maneira de ler o mapa e tê-lo bem mais aprofundado, não é uma invenção ou descoberta minha; não, eu aprendi sobre isso com um amigo meu também astrólogo da alma que me ensinou realmente questões bastante interessantes a respeito da leitura arqueológica do mapa. Também eu não saberia dizer se ele aprendeu sobre isso com seus mestres vivos ou com seus mestres espirituais, isso eu não sei ao certo.

Porém, ao longo de minha prática dentro da consultoria astrológica e da escrita dos textos, eu fui nomeando, digamos assim, esses conceitos e por isso mesmo, criei o Trem da Vida - contendo os trilhos do caminho entre os Nódulos Sul e Norte -; os Vagões - com o mapa formado a partir do Nódulo Sul; a Locomotiva - com o mapa formado a partir do Nódulo Norte; o Passageiro do Tempo - com o mapa formado a partir do regente dos Vagões; e com o Motorneiro - com o mapa formado a partir do regente da Locomotiva!

A verdade é que eu gosto muito de criar novos conceitos e de lhes dar seus nomes apropriados, que melhor expressem meu pensamento.

Pergunta: - Como é possível se identificar se a pessoa está vivendo mais os seus vagões ou sua locomotiva, ou o Trem por inteiro?

- Bem, sentindo. Esse sentir pode acontecer quando a consulta acontece ao vivo e a cores ou também quando a consulta acontece comigo diante do computador e do gravador, distante quilômetros e quilômetros da pessoa física, no entanto, perto de sua alma....

Obviamente, existem alguns trânsitos, e principalmente aqueles dos planetas mais lentos, que nos trazem em nossa vida aquilo que eu chamo de Revirão ou Ponto de Transição ou Turning Point... Classicamente, são trânsitos intensos de Plutão, Urano, Saturno e até Kíron... De uma forma geral, o grande Revirão acontece entre os 39 e 44 anos, quando nós temos quadrado de Plutão, quadrado de Netuno e principalmente, oposição de Urano.... é um tempo de enorme amadurecimento, é um tempo em que o verão da vida ainda está bem quente, no entanto já existe um determinado prenúncio de outono chegando.... e a alma está bastante amadurecida para ousar se conscientizar de sua Locomotiva e tornar-se o Motorneiro de seu Trem da Vida....

Existem algumas pessoas que parecem já entrar no Planeta sabendo quem são e o que vieram fazer, não é bem assim? Mestre Jesus, por exemplo. Mozart, outro exemplo. Por acaso, essas pessoas tão rapidamente quando entraram em suas Locomotivas e se tornaram o Motorneiro, também saíram da encarnação.... Porém existem outras tantas pessoas que vivenciaram seus Vagões durante bastante tempo, praticamente durante a metade de suas vidas e se tornaram conscientes de si e de suas missões apenas já na segunda metade de suas vidas... E certamente não estaremos falando apenas das pessoas amplamente conhecidas planetariamente.... mas também todas as outras, simples seres que viveram e vivem e viverão suas vidas de forma simples e desconhecidas.

Dentro do consultório, sempre tudo pode acontecer.... no entanto, é bom o conselheiro astrológico poder perceber o momento pelo qual seu cliente está passando para ajudá-lo a bem realizar suas etapas de vida.

Outra questão também importante é que existem vários Revirões em nossas vidas, vários. Alguns mais importantes outros menos importantes, alguns mais determinantes outros menos determinantes.... e certamente um ou dois Revirões dignos de nota e de reconhecimento.

Pergunta: - Você não deixou claro se acredita em re-encarnação ou não.

-  É verdade, eu sei disso. Eu tenho para mim, e sempre tive, de que apenas acredito naquilo que acredito. Ou seja, pode um grande mestre iluminado me dizer algo e sobre esse algo eu vou acreditar ou não apenas se eu acreditar por mim mesma e não porque ele, mestre iluminado, esteja assim me dizendo para acreditar. Talvez eu seja assim em função de um Saturno em Virgem exatamente na área do trabalho e do exercício de minha missão de encarnação no Planeta.

Eu penso que o conceito denominado reencarnação é muitíssimo pouco bem traduzido, a partir do mundo Yin, da Não-Luz, para o mundo Yang, da Luz, ou seja, aquilo que denominamos como a morte e como a vida, respectivamente.  De uma forma geral, eu vejo as pessoas falando sobre e acreditando sobre e reproduzindo sobre a palavra reencarnação mas nunca, nunca, nunca, em minha vida até o dia de hoje, eu li ou ouvi algo que me explicasse, que me traduzisse esse  conceito da reencarnação em si, dentro de sua forma real de poder acontecer.  Na verdade, eu penso que tudo isso deverá vir à tona de nosso conhecimento mais a partir do nosso Hall de Entrada na Era de Aquário, pois que Aquário é um signo que nos revela a síntese de todo o conhecimento!

Trocando em miúdos: a todos, ou quase todos, nós, nos parece que a reencarnação realmente existe.  No entanto, ninguém sabe realmente dizer como tudo isso acontece, o que verdadeiramente é a Alma em sua construção de vida ao longo da vida de todo o Universo ao qual pertencemos e vamos juntamente com ele, vivenciando nossas vivências sucessivas - do começo ao final e ainda antes do começo e ainda depois do seu final.  A Alma é tão infinita e iluminada quanto o Tao da Criação!  Aliás, a Alma é bem Yin, é a construtora da vida em si enquanto o Espírito é bem Yang, o doador da vida em si.  Ambos estão sempre trabalhando em conjunto: apenas o Tao é Uno e imutável, todo o resto é no mínimo dual e sempre mutável, porém sempre também infinito e iluminado.  Ou seja, a energia Yang doadora de vida permanece desde antes da criação do universo em que vivemos e até depois da morte desse universo.  E a energia Yin vai todo o tempo construindo, na matéria, aquilo que entendemos por vida concretizada!  Espírito e Alma sempre trabalham conjuntamente.

No entanto, a grande pergunta ainda não respondida, a meu ver, é como, como, como, tudo isso acaba se revelando como o bebê que se implanta dentro do ventre da mãe, já se aprontando para receber, acolher em si, em seu corpo físico, aquela Alma que traz em seu bojo o Espírito - todos prontos para renascerem, renascerem, renascerem, dentro do momento absolutamente correto, com o céu apresentando sua luz e sua não-luz contando as histórias arquetípicas que venham apresentar o Risco do Bordado das missões a serem cumpridas por aquela pessoa.... que aliás, já passou por zilhões de transmutações, ao longo de sua vida universal, até alcançar a forma humana, com mente a ser ampliada e iluminada e infinitizada!

Não podemos nos esquecer que a única coisa que levamos de uma encarnação à outra é nossa mente.

E eu sempre prefiro me referenciar ao conceito da Reencarnação não através desse termo em si, mas através do termo Vivências Sucessivas - anteriores ou posteriores.

É certo que todo nosso universo vem reencarnando - ou seja, se materializando sempre em contínua transmutação - desde seu começo e assim acontecerá até seu final.  Porém, se usarmos o termo reencarnação - como normalmente é usado - poderemos apenas inferir que tudo isso significa apenas nosso tempo enquanto humanos....  O que não é uma verdade, assim eu penso.  Ao usar o termo Vivências Sucessivas, eu posso então tentar abrir esse conceito de transmutação dentro da materialização do universo, ao longo de sua existência.  Ao usar esse termo, eu quero significar que somos todos nós poeira de estrelas, que já fomos estrelas e que voltaremos a ser estrelas...  dentro de nossos Caminhos de Iluminação e de Liberação ou Imortalidade.

Eu sempre gosto de deixar claro que acredite firmemente na simultaneidade do universo.

Se lá do outro lado do universo explode uma supernova, essa supernova explode também dentro de mim, ela tem ressonância dentro do meu ser - mesmo que eu não tenha consciência disso.... simplesmente porque tanto eu, como você e a supernova viemos de um mesmo momento de unidade primordial de nosso universo - o Big Bang da semente original - e fomos evoluindo bastante conjuntamente....

O tempo da Terra é um e o tempo do universo é outro. Quando nos desligamos do cordão umbilical de nossa mãe entramos no tempo da Terra e quando nos desligamos do cordão umbilical da Terra, retornamos ao Tempo do Universo.... No entanto, todo o tempo, somos pertencentes ao tempo do universo.

Quando falamos em re-encarnação, estamos falando de tempo, aparentemente, não é mesmo? Estamos falando em tempos do passado de nossa alma em sua trajetória pelas Estações do universo ou estamos projetando tempos do futuro de nossa alma. Porém, todos esses tempos podem ser apenas projeções - o universo é simultâneo - como podem ser projeções do passado que retornam ao futuro, e do futuro ao passado.

O conceito da SINCRONICIDADE tem que estar todo o tempo presente em nossas mentes. Esse conceito é ainda bem recente, ou seja, há bem pouco tempo saiu de nossos inconscientes para se manifestar em nossa consciência - apesar de sempre ter existido porque corresponde a uma das mais importantes leis de nosso universo tanto a nível visível quanto, e sobretudo, a nível do universo invisível.

O que eu primeiramente acredito é que quando ingressamos na materialização desse Planeta através a concretização do bailado de arquétipos estabelecido em nosso mapa natal, nós estamos certamente ligados intrinsecamente a estes arquétipos e será sempre através desse Risco do Bordado que poderemos adentrar memórias de vidas passadas ou intuições acerca de cenas do futuro.... Sempre, em qualquer circunstância, sendo simples seres ou sendo seres iluminados e mestres, estamos em sintonia de trama e urdimento com o Risco do Bordado de nosso mapa de materialização....

Dessa maneira, assim como elos de uma mesma corrente, podemos nos lançar numa linha de lembranças do passado ou do futuro, dentro de uma mesma sucessão de arquétipos.

A questão que para mim se coloca é: serão essas imagens ou lembranças advindas dessa sucessão de elos ou arquétipos ou serão elas realmente uma expressão da verdadeira verdade?

Os arquétipos são universais, porém a forma como os identificamos e com eles nos afinamos, simpatizamos ou não, vai depender de nossa evolução mental e de consciência e psíquica e do Planeta aonde estamos encarnados, em que sistema solar, em que galáxia, etc.....

Também temos que levar em consideração que consciente e inconsciente são aparentemente uma só coisa, mas na realidade são duas coisas bem diferentes.... É somente através da plenitude e iluminação e infinitude da consciência que alcançaremos a fusão total de nosso consciente com nosso inconsciente. É a chamada Yoga. De resto, existe uma muralha entre o inconsciente e suas lembranças e imagens e como tudo isso é passado e re-conhecido pelo consciente.... O inconsciente é quem verdadeiramente sabe.... no entanto, para que a consciência saiba o que o inconsciente sabe existe um longo caminho a ser trilhado.

E o que na maioria das vezes acontece é que as pessoas acreditam apenas em seus conscientes e por isso, se iludem, se enganam.... e isso ocorre, a meu ver, bastante quando se trata das questões relativas à re-encarnação. Então, nesse caso, eu prefiro me abster de me aprofundar nestas questões: prefiro, sim, aguardar por melhores momentos que certamente ainda chegarão juntamente com a Era de Aquário.

Dizem os mestres, e também assim eu prefiro acreditar, que sobre tais questões de re-encarnação, - sobre quem eu fui, ou você foi no passado - apenas os mestres iluminados e liberados podem discernir - se isso for de seu agrado. E mesmo em acontecendo o caso de algum mestre iluminado e liberado falar algo sobre suas encarnações anteriores, eu nunca em nenhum lugar escrito ou falado, eu soube de alguém que tenha realmente explicado o como a re-encarnação verdadeiramente e em sua prática objetiva, acontece.

A verdade é que uma casa que não tenha sido iluminada durante anos a fio - meu Sítio das Estrelas, antes de eu aqui chegar, era assim... - pode vir a ter sua iluminação exatamente a partir do momento em que a lâmpada seja colocada no bocal e a energia elétrica esteja funcionando a contento... e pronto!  Tudo aquilo que era apenas escuridão foi transformado em luz: esse é o Tantra, nossa força de adentrarmos o conhecimento para iluminarmos nossos caminhos e nos retirar da ignorância que nos amarra!

A verdade é que, a meu ver, todas estas questões poderão ser esclarecidas apenas quando a real Era de Aquário tiver seu real começo - pois estamos apenas em sua ante-sala. Astronomicamente, a Era de Aquário tem seu início somente na segunda metade do próximo século, ou seja, lá por 2150... A Era de Peixes é uma era coberta de neblina a nível do conhecimento. A Era de Aquário esclarecerá, retirará da neblina, lançará a luz do Sol todas essas questões pouco iluminadas por enquanto.

Assim, eu prefiro esperar que a resposta a estas questões cheguem mais à frente.... ou através de minha meditação e de minha fusão com a biblioteca do universo.

...........

O que importa, não verdade, é que o universo possui apenas uma alma, explodida em trilhões e trilhões e quatrilhões e quintilhões de pequenas almas - que um dia voltarão a se reunir e novamente explodir criando um outro universo - numa eterna mutação dentro do Multiverso.

Dessa maneira, a partir desta visão, não me importa realmente quais foram as Estações por onde minha alma - que apenas é um pedacinho da alma do universo - tenha passado e vivido.... Importa sim, que hoje e amanhã eu possa adquirir mais e mais consciência de quem eu sou e quais são minhas missões de encarnação a serem realizadas neste Planeta e quais são minhas missões de iluminação também a serem realizadas - de forma que eu não perca esta grande oportunidade de estar encarnada aqui na Terra, belíssimo planeta e fundamentalmente principesco no que tange às realizações de encarnação e de iluminação: luz é matéria.

Nada melhor que um planeta assim tão repleto de matéria quanto a Terra para que aqui mesmo possamos atuar nossa relação Céu e Terra. Nada melhor do que esta nossa encarnação do aqui-e-agora para alcançarmos nossa Iluminação e nossa Liberação.... por que não?

A Terra é uma Estação de Trabalho e de Iluminação.

A Terra é uma parada de um caminho a Caminho do Céu.

COM UM ABRAÇO ESTRELADO,
JANINE MILWARD
http://noduloslunares.blogspot.com  Todos os direitos reservados

SEU LIVRO DE VIDA
Quase tudo o que você quer saber sobre Astrologia
Em 22 Capítulos/Volumes
Todos os direitos reservados - Janine Milward
http://seulivrodevida.blogspot.com
CAPÍTULOS 09, 10 E 11
Interações entre
Terra/Homem e Lua e Sol

Este Texto é extraído do Capítulo 10. 
Você pode copiar ou encaminhar, desde que sempre na íntegra
bem como apresentando sua autoria e seus créditos. 
Obrigada, Janine